Eu preferi voltar e antes que você me pergunte o porquê, adianto dizendo que a escolha foi pessoal. Preferi voltar evitando um demais desligamento de mim, antes que o meu excesso vazasse inutilmente, antes que parecesse tarde demais. Apaguei as luzes. Deixei que apenas o som fizesse algum sentido. Tocava Lenine e algo sobre pressentir. Eu não sei. Já cansei de querer saber. Vivo de um futuro antecedente, de uma adivinhação empírica, de solidariedade e solidão. A nudez, embora real, nunca foi fácil. Acho que é assim mesmo que funciona. Despir-se – até que todos se tornem um só, e nus – é trabalho diário, visão de futuro, é sentido de vida. Eu gosto.
(...)
Não sei falar de beleza e nem de mim. Escrever também me desandou. Exponho no escuro, intuitivamente. Combino as palavras que fazem sentido e esse acaso todo só faz com que eu me abrigue cada vez mais em mim. Eu sinto dificuldade em sentir saudade, em não saber o que se sente. De onde vem? Eu sei que existe. Há muito tempo, minha maior preocupação era por não saber calar. Hoje, sei. Aprendi para não desaprender e não mais querer dizer. Evito exposições e achados. Evito transparecer. Aqui estou: prestes a cometer qualquer loucura. Qualquer uma. Prestes a te cometer para mim, de mentirinha, aliviando o peso incômodo da realidade que, provavelmente, me faria desistir. Só estou aqui para não perder de mim. Ganhar.
Bem vinda de volta! rs
ResponderExcluirGostei muito do seu texto. Não desista não. Ecrever é uma extensão de nós. É onde podemos nos achar, nos perder, nos reencontrar, nos transbordar. Boas palavras pra você, sempre.
beijãoo